domingo, 24 de outubro de 2010

Juventude e Alcoolismo: Um Problema Social

A Humanidade desde seus primórdios evidencia indícios sobre o alcoolismo no cotidiano da sociedade. Na Grécia Antiga ou no Império Romano a população organizava ritos para deuses do vinho e da festividade. Com a Revolução Industrial e a mecanização das manufaturas o consumo intensificou-se originando um problema social assíduo enraizado no cotidiano da sociedade. Atualmente é comum verificarmos diversas faixas etárias consumirem grandes quantidades de bebidas alcoólicas em festividades, bares, boates e afins. Este texto abster-se-á na argumentação do problema para a juventude. Sabendo que a dependência pelo álcool tem se tornado cada dia maior entre os jovens gerando um grande problema social, o que a sociedade pode fazer para reverter este quadro?
Um estudo feito pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicopáticas) em 2005 nas 108 maiores cidades do Brasil apontou que, entre 12 a 17 anos, 53% do sexo masculino e 51% do sexo feminino já experimentaram algum tipo de bebida alcoólica. No caso da população acima de 18 anos mostra que 52% dos entrevistados ingeriu algum tipo de bebida alcoólica.
Outro estudo feito pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD, 2007) aponta que 78% dos jovens com faixa etária de 18 – 24 anos bebem regularmente, e neste grupo 19% são dependentes. Na faixa etária de 12 – 17 anos o consumo regular chega a alarmantes 54%, sendo que 7% possuem dependência.
Comprovando que o alcoolismo é um problema mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou um relatório em 2007 informando que por regiões os mais afetados por mortes resultantes da ingestão do álcool são homens da Europa (10,8%); da América (8,7%); da Oceania (8,5%); e os menos atingidos são os homens do Mediterrâneo (0,9%); da África (3,4%) e do Sudeste Asiático (3,7%). Entre as mulheres, o continente europeu (1,7%) e o continente americano (1,7%) são os primeiros no ranking; em seguida verificamos Oceania (1,5%); África (1%); Sudeste Asiático (0,4%) e por último Mediterrâneo Oriental (0,2%).
Voltando ao cenário brasileiro, podemos verificar através de estudo feito pelo Instituto Médico Legal de São Paulo (1994) que laudos de pessoas que morreram por acidentes ou violência na Região Metropolitana de São Paulo, em que 52% das vítimas de homicídio, 64% que morreram afogados e ainda 51% que perderam a vida através de acidentes de trânsito todos apresentaram álcool na corrente sanguínea. Outro estudo feito em Pronto-Socorros nas cidades de Brasília, Curitiba, Recife, Salvador, São Paulo e Campinas por diferentes instituições, também encontraram teor alcoólico no sangue de vítimas em percentuais que variam de 19 a 61%.
Portanto, é nítido o problema do alcoolismo na sociedade atual, sendo ele cada vez mais freqüente em jovens cidadãos.
A associação da bebida com o sentimento de prazer e felicidade pode iniciar-se dentro dos lares, incentivado involuntariamente pelos familiares. O alcoolismo apresenta-se como problemática em todas as classes socais e raças. Outra questão preocupante é a utilização do álcool entre amigos para auto-afirmação social e também como válvula de escape de problemas que a juventude enfrenta durante a passagem à vida adulta, como por exemplo, brigas entre os pais, bulling no colégio, problemas na inserção do mercado de trabalho, entre outros fatores que influenciam o jovem ao alcoolismo.
Frente ao exposto, são necessárias medidas assertivas para combate ao alcoolismo na juventude brasileira. Estas medidas devem ser tomadas pela família, através da orientação dentro de casa e principalmente através de políticas públicas. A lei que combate o alcoolismo na sociedade: Lei 9.502/97 – Lei do Bafômetro, mais conhecida como “Lei Seca”, visa à inibição do consumo de álcool associado ao trânsito.
Entretanto, são necessárias políticas públicas voltadas exclusivamente para a juventude atual, ou seja, extrema é a importância da orientação didática em escolas públicas através de aulas dinâmicas e demonstrativas para que o jovem obtenha clareza quanto ao problema do alcoolismo. Outro meio de combate ao álcool e as drogas é o estímulo ao esporte desde a infância. O alcoolismo será deveras enfrentado pela sociedade através da união de todos os mecanismos da sociedade extirpando o abuso excessivo e a facilidade de acesso que a bebida alcoólica ainda possui no comércio brasileiro.

Diogo Ferraz

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