sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ouro e Basalto


Pouco tempo atrás eu era com o ouro,
Metal precioso, sentia-me como tesouro,
O ouro que se transforma, enobrece o corpo e satisfaz a alma,
Metal este tão lapidado, faz a glória e me traz a calma.


Hoje, me transformei em basalto,
Metal sem valia, abundante e simples que me deixa exausto,
Como o basalto sinto-me pisoteado preenchendo ruas,
Basalto simples, comum, torno-me apenas mais um.

Quando cheguei, deslumbrado fiquei,
Fui logo tudo conhecendo e amadurecendo,
Aqui comecei como ouro e me destaquei,
Desanimado, me encontro a ser basalto, uma jóia sem assalto.

Entre escolher a ser ouro ou basalto,
Prefiro ouro para brilhar cada vez mais alto,
Ainda que o basalto me traga a simplicidade,
É no ouro que desejo encontrar minha felicidade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Meus vinte e dois...


Alguns dias atrás, li em um lugar qualquer que seria mais fácil e cômodo consertar minha bicicleta ao invés de uma pessoa. Sim, concordo que realmente é mais fácil!
Na vida podemos seguir vários caminhos, muitos deles julgados. Alguns caminhos agradam mais a uns do que a outros, enfim, é realmente impossível agradar ao coletivo como um todo.
No decorrer de toda esta situação, pensei um pouco sobre o assunto. O que eu quero consertar na verdade, minha bicicleta ou minha vida?
Cheguei à conclusão que não preciso consertar minha vida, pois sou feliz desta maneira. Mesmo que muitos me critiquem, mesmo que muitos se incomodem, mesmo que todos me condenem, a única coisa realmente importante é minha felicidade!
Tantos textos anteriores em que descrevi momentos de minha vida, meus pensamentos e meus princípios, hoje me descrevo um pouco mudado, um tanto quanto diferente, ou melhor, um tanto quanto INDIFERENTE COM OS DEMAIS. Mudei sim, a capital me fez mudar, as pessoas desta tão grande e contagiosa cidade fez mudar minha maneira de pensar.
Jamais me esquecerei de todos meus princípios do interior, deixo bem claro que não é esta a questão que iremos discutir neste momento.
Porém este lugar em que vivo atualmente, a maneira com que a vida me impõem atualmente de sobreviver, tornou-me um pouco mais gélido, um pouco mais distante e sem sentimentos para com os outros. Sim, eu me torno e me afirmo neste momento como o mais novo cidadão da maior cidade do país. Agora consigo me ver como o restante dos outros milhões que ocupam as ruas desta grade São Paulo. É incrível, em apenas seis meses conseguiram me manipular e arrancar de dentro de mim tudo que vivi por 22 anos, é incrível a crueldade desta cidade.
Enfim, a esta maneira fica um pouco mais fácil sobreviver, fica mais fácil tentar viver e fica mais difícil ser quem você realmente quer ser. Atrás de grandes máscaras vivemos e convivemos com pessoas que não conseguimos descrever e se relacionar. Esta é a vida atual da capital, vida vazia, vida sozinha, uma vida sem vida.
Pare e pense um pouco... Isso pode ser chamado de vida?
Da minha tristeza, da minha solidão, da minha louca juventude tão sozinha, da minha simples vida tento encontrar palavras, palavras que não existem, mais vou buscá-las em um mundo de fantasia em que dentro de mim sobrevive, para um dia quem sabe, conseguir trazer à tona tudo que sou e que quero ser, e viver a vida que acredito um dia viver.

MEUS VINTE E DOIS ANOS... BEM VIVIDOS... APROVEITADOS... QUERO VIVER EM DOBRO O DOBRO DO QUE VIVE NOS DOIS PRIMEIROS SÉCULOS DA MINHA VIDA... QUERO VIVER, QUERO ME APAIXONAR, QUERO AMAR, QUERO SOFRER, QUERO APROVEITAR... E NO FINAL DE TODA ESTA LOUCURA, VOCÊ SABE O QUE ME RESTA? A ÚNICA COISA QUE ME RESTA E QUE EU QUERO... QUE É MORRER EM PAZ!