quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Megalópole São Paulo...

Gente, como é minha primeira postagem, por favor me dêem um desconto...


Quando escuto aquela música, apesar de não ser a minha favorita, em que se fala: "No dia em que saí de casa, minha mãe me disse, filho vem cá...", meus olhos logo começam a se encher de lágrimas, e vem em minha mente aquela cena dos meus pais me deixando na rodoviária de Piracicaba com dois pares de grandes malas, um bilhete amarrotado em minhas mãos suadas pelo nervoso, uns trocados no bolso para a viagem, lágrimas procurando o caminho mais suave pelo meu rosto e uma imensurável dor do lado esquerdo do peito, pois eu sabia que desta vez eu estava saindo para nunca mais voltar. Não que eu não possa mais voltar, pelo contrário, quero voltar sempre para visitar, mais dentro do meu peito, eu sabia que estava fazendo a coisa certa, sempre soube que não nasci para viver em uma cidadezinha, e sim em alguma megalópole no mundo afora.

Entrei no ônibus com uma ânsia de chorar e gritar, pois a partir daquele momento eu sabia que tudo mudaria. Enquanto o veículo viajava rumo a megalópole, eu com meus olhos fechados imaginava o tão difícil seria deixar todo o meu pequeno (porém feliz) cotidiano para traz. A cada quilômetro avançado rumo a nova vida, eu me sentia mais inseguro mentalmente e menos seguro fisicamente. Confesso: "_ Que medo...que medo e que insegurança de cada novo e minúsculo segundo, em meio aquele arranhacéu de prédios, pontes e casarões... que angústia em meio aos barulhentos e novíssimos carros da Paulista e do metrô paulistano."

Nas primeiras noites enrolava o medo no meu lençol, e a cada dia que abria minha mala para retirar uma roupa me deparava com o desespero.

Nas semanas seguintes, quando é possível encarar as pessoas nas ruas, pessoas cultas, uniformizadas, de terno, gravata, tailler, fortunês...ou a sujeira, os piolhos, a sarna dos mendigos...sim, eu me deparei com a miséria de muitos também. Então comecei a pensar que todo meu medo não era dos arranhacéis e dos carros da megalópole...meu medo sempre foi das pessoas que vivem e que tornam esta megalópole fantástica e fantasmagórica. Sim, meu medo era de me tornar mais uma fantasmagórica pessoa, sem escrúpulos, sem ética e sem valores. Foi então que me lembrei do meu minúsculo cotidiano do interior...muito pequeno é claro, mais cheio de valores. Lembrei-me novamente da cena, da minha mãe chorando enquanto eu embarcava no ônibus (esta sim pode ter sofrido mais que eu), pois ela sabe o que é deixar um filho caminhar rumo a uma megalomaníaca cidade. E assim percebi que jamais me tornarei um megalomaníaco de uma megalópole, eu sempre serei o Diogo que saiu de Rio das Pedras, de um minúsculo e feliz cotidiano com valores, em busca de oportunidades na MEGALÓPOLE chamada São Paulo.


Assim eu início meu blog, contando um pouco da minha chegada em São Paulo, e realizando a cada dia todos meus sonhos!!!


Obrigado...


Diogo Ferraz