sábado, 23 de outubro de 2010

Email sobre PRIVATIZAÇÕES

Bom dia Professora Eliana, como a senhora está?

Confesso que após a "matéria" (anexo) que a senhora me enviou fiquei intrigado com a questão das privatizações, portanto fui pesquisar algo sobre a questão:

Verifiquei que realmente está comprovado que nosso querido Fernando Henrique Cardoso e o presidenciável José Serra contribuíram para privatizações de algumas empresas estatais que foram iniciadas no Governo Collor (que apóia a candidatura da Sra. Dilma);
Percebi através de um estudo feito pelo economista Roberto Macedo que houve um ganho de eficiência das empresas privatizadas, pois quando as estatais davam prejuízos (e com freqüência) para cobrir os déficits era necessário dinheiro do TRABALHADOR/POVO por meio de impostos para sanar o prejuízo;
Dados comprovam que a rentabilidade média das companhias públicas (período 1981 – 1994) ficou NEGATIVO em 2,5% ao ano, enquanto no mesmo período os 500 maiores grupos privados obtinham retorno POSITIVO/LUCRO de 7,5% em média ao ano.
Como exemplo verifiquei o caso da VALE (que o PT foi contra), em que na última década a produção do minério triplicou, o crescimento da empresa hoje é de 3.265% em comparação com 1997 (dados da Economatica), em contraposição a isso, a PETROBRÁS (que atualmente está na mão do ESTADO/PT) em 13 anos cresceu míseros 1.452% (contando com a recente capitalização), também verifiquei através de gráficos que a Petrobrás nos 8 anos de Governo Lula a produção de petróleo registrou alta de apenas 38%, enquanto na gestão do nosso querido FHC o ganho foi o triplo (118%), sendo assim isso pode causar baixa nos investimentos;
Porém, o fato que pessoalmente achei mais espetacular e refleti muito sobre isto foi o da TELEBRÁS, enquanto em 1998 o total de clientes nas telecomunicações era de 30 milhões, atualmente chega a 247 milhões de clientes (telefonia móvel, fixa, banda larga, etc), gerando 403.000 empregos, também ontem foi noticiado no Jornal Nacional da Rede Globo que a telefonia móvel bateu recordes (aproximadamente 191,5 milhões no Brasil), é praticamente uma linha telefônica móvel para cada habitante brasileiro.

Portanto Professora Eliana, eu não vejo motivos para levantar bandeiras contra as privatizações. Acharia muito interessantes fazermos uma pequena pesquisa de campo em nossa próxima aula e verificarmos com nossos colegas de classe quantos deles possuem um celular, um iPhone, internet banda larga no celular, telefone residencial e banda larga residencial. Após a verificação podemos solicitar quantos gostariam de voltar a utilizar orelhões nas ruas ou até mesmo quais gostariam de voltar a utilizar o correio ou telégrafos para enviar uma simples mensagem.
Portanto, havemos de considerar que os benefícios gerados à sociedade foram significativos, gerando novos empregos, levando informação e aumentando a qualidade de vida de toda a população brasileira. Tudo isto ocorreu graças à visão de futuro do ex-presidente FHC e sua equipe.
Questiono a senhora se não conseguiríamos obter melhores serviços na empresa de CORREIOS (na qual durante 8 anos temos escândalos vergonhosos) ou na INFRAERO, em que o caos aéreo é estarrecedor, colocando em dúvida o sistema de transporte brasileiro e contribuindo para a baixa de investimento de capital estrangeiro na economia local, gerando menos emprego, menos tecnologia e regredindo o mercado interno, conforme sempre estudamos no livro do Celso Furtado na época do Brasil colônia, em que um dos fatores contribuintes para que o mercado interno não se desenvolvesse era porque o sistema de transportes era muito caro.
Acho esta uma questão importante de se debater, pois não sou a favor da venda de todas as empresas estatais, acredito que o Estado deve controlar parte dos serviços prestados à população, porém acredito que devemos encontrar mecanismos para aumentar a eficiência das empresas públicas tendo como base o modelo do setor privado. Sou extremamente contra o aparelhamento estatal (como acontece no atual governo) e a partidarização que acontece nas instituições públicas. A máquina pública não pode, nem deve ser utilizada através dos partidos.
Para finalizar, após ter lido algumas coisas sobre a questão e também ter lido o arquivo anexo que a senhora me enviou, percebi que este arquivo anexo não continha nenhum teor estatístico ou concreto que nós economistas devemos nos embasar, era apenas uma junção de noticiários com comentários sem crítica construtiva.

Mais uma vez afirmo que acho importante o debate político e econômico de nosso país, que só vem a contribuir com o crescimento pessoal e os benefícios a sociedade. É sempre um prazer escrever e ler os emails que a senhora me manda.

Um ótimo final de semana, um abraço...

Diogo Ferraz
SERRA 45

Nenhum comentário:

Postar um comentário