sábado, 14 de fevereiro de 2009

Sábado de manhã...

"_Alô... Alô... Alô... quem está falando? Responde..."

Sábado, às nove e meia da manhã o celular toca... Do outro lado da linha alguém fica calado, querendo apenas ouvir a voz de quem atendeu e acabou de perder o sono no único dia que pode dormir até mais tarde. Bom, assim iniciou-se meu sábado, porém gostaria de narrar uma história...

"Um jovem, sexta-feira logo de manhã, após finalmente concluir a transferência na universidade, anda a passos largos ao sair do metrô. Está atrasado a caminho de seu trabalho.
Próximo a entrada do prédio comercial envidraçado, rodeado de carros incansavelmente buzinando pelas ruas, e logo a frente um grupo de pessoas em baixo de uma grande árvore onde se escondiam do fino nevoeiro persistente da grande cidade, o garoto coberto com um capuz da própria blusa levemente umedecida, ouve seu celular tocar em meio ao caos. Rapidamente abre o celular imaginando que seria alguma informação do trabalho ou algo do gênero. Estava enganado. No visor do celular contemplava-se uma nova mensagem, logo em seguida, o nome do remetente. Naquele momento, mesmo que fosse apenas para o garoto, todo aquele clima da rua mudou como se o fino nevoeiro transformara-se no clima tropical e alegre das lindas florestas próximas aos trópicos terrestres, simplesmente porque alguém havia recordado logo de manhã de sua humilde existência na Terra, alguém que desejara-lhe um bom dia, como há muito tempo o garoto não recebia uma mensagem daquele tipo.
Correu até o escritório em que trabalha, acendeu a luz, ligou o computador e ao mesmo tempo o ar condicionado, aguardando impacientemente o computador, leu novamente a mensagem para crer que era verdadeira, para conferir o remetente. Logo, pela internet respondeu a mensagem, mandou e-mail, teve uma imensa vontade de ligar para o remetente, mais tentou acalmar-se.
Marcou horário para conversar, para ouvir e desabafar, para ler as entrelinhas do menssager e imaginando bem suavemente no canto do ouvido direito, a grossa voz, porém macia e afável que o adorável remetente sempre proporcionava ao garoto em bons finais de semana juntos.
O tempo avançava como uma velha carroça numa rua esburacada puxada por burros cansados... que demorada estava...minutos após minutos, o fervor de querer conversar e ao mesmo tempo o medo de nada se realizar.
Chegara onze e quinze da manhã e o garoto com insolente saudade que invadiu seu peito, queria diminuir um pouco tal impiedoso sentimento. O garoto mandou outra mensagem perguntando se algo havia acontecido. Logo em seguida, o tão esperado conectou-se e a saudade diminuía e aumentava como picos de estado febril, em que ao mesmo tempo em que tão bom era conversar e poder saber o que pensava, a distância havia de separar.
Que vontade havia de sua voz ouvir, de sentir seu cheiro, de dormirem abraçados, de tocar seus lábios, sentir sua barba suavemente roçando no rosto de pele finamente tratada e olhar-se no espelho de manhãzinha e ver a vermelhidão rosto, cujo o fruto era do sentimento da noite anterior. Saudade de passar o fim de semana juntos, pular na piscina, encostar-se a um canto para beber muito refrigerante e comer pão e carne assada e conversar. Ai que saudades da simplicidade daquele carinho...
O garoto tinha saudades daquilo que era simples, estava cansado de altas festas, badalações, futilidades, falsos amigos. A saudade era do sentimento de fidelidade, cumplicidade, carinho e afetividade. De acordar, olhar dentro dos olhos, acariciar o rosto e sentir que alguém havia de preocupar-se com ele. O garoto imaginava o quão incrível e fascinante era o simples fato de outra pessoa invadir sua vida, no bom sentido do significado, de fazer-se tão vitalício, como na simplicidade da água para a vida humana. Que gostosa foi aquela conversa durante algum tempo perspicaz.
Passou se o dia caiu-se a noite, e novamente a vontade de diminuir a saudade era grande, o garoto enviou mensagem, entrou no menssager no horário de sempre, andou de um lado para o outro na sala, olhou inúmeras vezes a tela do computador. Escolheu a não sair de casa para tentar encontrá-lo, porém não conseguiu. Ainda antes de deitar-se para tentar sonhar e ficar mais próximo daquele que distante estava, tentou ligar, ouvir a voz que tanto queria... também não conseguiu.
Depois de horas na imensidão de sua cama, rolando de um lado para o outro, com a luz da lua batendo a sua janela, minuto a minuto, re-lembrando momentos vividos no fim de semana passado, o garoto conseguiu dormir na noite de sexta-feira..."

E aqui está o garoto agora, que foi acordado no sábado de manhã por uma chamada desconhecida, e que resolveu por insônia desabafar um pouco qual sentimento hesita em seu peito. O dia amanheceu sem sol. Olho neste momento na janela a fora e vejo a imensidão da solidão que se encontra na cidade. O ar movido pela poluição dos carros e eu deparo-me sozinho em meu quaro materializando algo que a cada dia parece tornar-se mais distante e impossível.

"AQUELE QUE INVENTOU A DISTÂNCIA NÃO CONHECIA A DOR DA SUADADE"

2 comentários:

  1. sua escrita é bem parecida com a encontrada nas crônicas psicológicas... adorei...

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  2. nossa viu naum vou comentar nada da sua escrita.,..pq eu tenho certeza que vc sera um escritor....sabe que te adoro neh..sua historia e linda..queria poder fazer parte dela mais como vc naum quer paciencia...

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